A anti-verdade da imprensa desportiva



Ninguém tem dúvidas que a imprensa portuguesa tem um peso extremamente importante na maneira de pensar do povo luso. Aliás, ouvi dizer, já não sei onde, que as pessoas em Portugal falam essencialmente de 3 coisas: tempo meteorológico, futebol e política. E sabemos que estes dois últimos são essencialmente suportados pela comunicação social. Como eu acho que, pelo menos até à data, a comunicação social ainda não se deu ao trabalho de inventar potenciais contratações do PS para ministro das ministro-das-mesas-redondas ou um deputado ala-esquerdo para o PSD (vai daí não sei...) vou atacar a imprensa desportiva.

Até hoje, só para o Sporting Clube de Portugal, já foram apontados como potenciais reforços entre 40 a 50 jogadores. Para guarda-redes já apontaram Carrizo, Toldo, Marco Amelia, Buffon, Fábio; para defesas Lazzarreti, Mancienne, Chicão, Zé Castro, Alberto Rodríguez; passando pelo meio campo de onde se falou/fala de Zuculini, Manuel Fernandes, Tiago, Petrovic, Yacob, Nuno assis, Hugo Viana; até ao ataque onde se comenta o nome de Larsson, Pavly, Boghossian, Muriqui, Alan, Ciro. Enfim, uma lista infindável.

Há até jornais desportivos como o Record que nuns dias publicam notícias a dizer que o seu jornal apurou que o Sporting apenas iria contratar um defesa esquerdo e dois médios para, no dia seguinte, dar como certa a contratação para o mesmo clube de um guarda-redes e de um avançado. É mesmo de quem não tem nada que dizer.

O que eu não percebo e até me chega a fazer uma certa comichão, é como é que o nosso povo ainda rege a sua opinião por estas notícias. Não percebo como podem alguns sportinguistas criticarem a direcção do clube por não conseguir contratar um destes jogadores que supostamente estava disposto a vir para o clube. Mas alguém minimamente credível disse que queria vir? Alguém disse que o clube o queria? Como se não bastasse, ainda tenho amigos que acreditam que jogadores medianos do seu clube serão vendidos por valores estratosféricos, como se milhões de euros fossem meia dúzia de ovos.

Cada vez me convenço mais que o que todos pensamos ou dizemos foi, outrora, pensado (ou inventado) por alguém. Já nem se pode ter uma discussãozinha de futebol e saber se estamos a falar com a pessoa que está à nossa frente ou com um fraco redactor de um jornal qualquer. Percebam que nem tudo o que se diz é verdade. E palavra de um jornal não é lei.

5 comentários:

Anónimo disse...

Eu, pessoalmente já cheguei à conclusão que a única coisa verdadeira nos jornais desportivos portugueses é a data do dia, nem mais.

JC disse...

Bom post!
Muitas pessoas continuam alienadas e ingenuos, acreditando cegamente nos midia, etc.
Ja nao existe jornais imparciais, a televisao consegue esconder as maiores sacanices se alguem lhes der umas notinhas. No futebol toda a gente sabe que se inventa muito, mas o mesmo acontece na politica...
muitas vezes a politica e ignorada e esquecida, mas, inacreditavelmente, sao certas politicas que nos miseraveis ou nao...
(peco desculpa por nao utilizar acentos mas estou em inglaterra num teclado sem acentos)

JC

Diogo Bernardo disse...

concordo JC. e verdade que estamos na silly season, mas isto e um exagero

Rodas disse...

É esse o trabalho da comunicação social apontar tudo quanto possivel para ver se alguem comenta alguma coisa e provocar fugas de informação.

As crónicas do record são muito boas tem comentarios a tudo!

Rodas

Diogo Bernardo disse...

ter comentários não faz delas boas crónicas.