Problema

Sá Pinto tem falhado, é indesmentível. Opções táticas questionáveis, falta de fio de jogo e um discurso sem qualquer nexo têm marcado esta temporada do treinador leonino, e, eu, enchi. O problema é que o problema não é só técnico, é de estrutura. Os senhores dirigentes só dão a cara quando as coisas correm bem, agora que é preciso defender um treinador e símbolo do clube e um plantel completo todos se escondem no seu buraquinho. Uma aposta pessoal, esta direção não chega a Janeiro… 

Relatório de Contas


Numa análise geral do relatório de contas detetei vários pontos que deixam qualquer sportinguista preocupado, principalmente no seu resultado final: 45 milhões de prejuízo, número semelhante à perda do ano anterior. Em dois anos tivemos quase 100 milhões de prejuízo, dos quais resultaram ZERO TÍTULOS e vendas que, em conjunto NÃO CHEGARAM aos 10 milhões. Porém, algumas informações foram “estranhas”…


1. Ordenado de Luís Duque

Muito sinceramente, ainda não percebi qual o cargo específico deste senhor no Sporting. Está sentado no banco, tem o nome na ficha de jogo, gere por alto os movimentos de mercado, e mais? Que faz ele para merecer quase 200 mil/ano? Não vou associar a este comentário o seu recente caso judicial, mas vou fazer minhas as palavras de Rui Calafate:

«Luís Duque voltou com a aura de vencedor de campeonato e de ter influência junto dos poderes ocultos do futebol. Duque, efetivamente tem peso, mas, hoje em dia, apenas o seu peso natural, pois não tem qualquer influência na federação - que nem apoiou - nem na arbitragem. Por isso, neste caso, não fará falta. A sua aura de vencedor, apesar de uma ida á meia-final da Liga Europa, fica marcada neste regresso a Alvalade por um 4º lugar e por uma derrota humilhante na final da Taça. E com um investimento de mais de 30 milhões e com o seu salário mensal de mais de 20 mil euros mês.»


2. Comissões

Só no verão passado e no mercado de inverno foram gastos, no total, mais de 13 milhões de euros em comissões de transferências. São mencionados no relatório alguns dos parceiros de transação, mas chamou-me à atenção uma secção designada “outros”. Gostava de saber quem são esses “outros” que amealharam 3 milhões de euros…


3. Venda de Juniores

João Carlos saiu em Janeiro para o Liverpool, Agostinho Cá e Edgar Ié em Julho para o Barcelona. O que têm em comum? Não se sabe por quando saíram, apenas “se falou” de 1 milhão por João Carlos e 3,5 milhões pelos outros dois jovens. Mas será que Insua e Jeffren já foram pagos?

José Alvalade, nome negociável?


Corria o ano de 1906 quando, pela generosidade de seu avô (o Visconde de Alvalade), o jovem José conseguiu uma casa própria para o clube que acabava de formar, o Sporting Clube de Portugal. Desde então, e alargando o domínio do leão a várias modalidades e respetivas valências estruturais, os espaços de jogos para o futebol sofreram várias alterações e remodelações, chegando mesmo a mudar de localização. Em 1956, na sequência de uma enorme mobilização de todos os adeptos do clube, foi inaugurado o Estádio José Alvalade, o sexto campo do clube, cuja denominação homenageava o fundador do clube. Atualmente, integrado no Complexo Alvalade XXI, o Estádio José Alvalade já não é património do clube. Transferido para a SAD, é utilizado apenas para o futebol ou outros eventos do clube, “abandonados” que foram os concertos tão proclamados no antigo estádio.

Num clube em claras dificuldades financeiras, qualquer fonte de rendimento será bem-vinda e, ainda que sujeita a análise, provavelmente aceite. Tem-se falado dos milhões orientais que vão entrar com capital na SAD, que vão “comprar” o know-how da formação de jogadores, mas uma coisa que ainda não foi tornada pública e que também está em análise é a venda do Naming do Estádio. Apesar de ser um processo que irá trazer grande discussão no universo sportinguista, é bom relembrar que muitos clubes europeus já adotaram esta estratégia (o Arsenal ganha 5 milhões/ano) e que por aqui passa uma boa oportunidade de rentabilização da infraestrutura.

Claro que todos gostamos de relembrar o passado, manter os símbolos que nos tornaram o Sporting ou onde fomos felizes. Mas se o futuro com maior disponibilidade financeira estiver dependente da venda/aluguer do nome do Estádio, assino por baixo (outro exemplo é o Pavilhão, um parceiro iria ajudar a sustentar as obras). O que é simbólico não desaparece por mudar de nome, iria continuar a dizer “Sábado vou a Alvalade”. Passo a citar as declarações de um candidato das últimas eleições:


[Cedência dos Naming Rights] “Não me chocava nada, desde que se mantivesse o José Alvalade. Se isso fosse uma causa de resução substancial – no mínimo, metade – do atual passivo, acho que era algo com que os sportinguistas poderiam viver muito bem. Mas mantendo a nossa homenagem a José Alvalade, sempre!”


[Por metade do passivo, 150 milhões?] Acho que sim. Era muito bom para o Sporting, e não vejo qual era o mal de o Estádio ser “José Alvalade qualquer coisa”. E tenho a certeza de que José Alvalade em nada se iria importar de salvar o Sporting de um caminho difícil. Se for para isso, levarei o assunto a uma assembleia geral.

Um olhar sobre a partida (B)


Sinal +

MVP: Rubio _ Com uma assistência e um golo marcado provou que está na equipa secundária do Sporting para voltar aos palcos principais. Ainda que continue a ter algumas dificuldades a controlar o temperamento, com a atitude e esforço tem sido um elemento em destaque na equipa comandada por Oceano, ainda por cima numa altura onde faltam atacantes na equipa principal.

Zezinho _ Não é um trinco puro (rende ainda mais em terrenos mais avançados), mas naquele seu estilo algo estranho controlou sem grandes dificuldades o meio-campo leonino. Algo lento na fase inicial da partida (a equipa não rendia), viu a sua equipa em desvantagem e foi um dos líderes rumo à vitória.

Mica _ O jogador mais regular até agora. É o que tem mais minutos nas pernas (2ª Liga e NextGen), e, apesar da sua fisionomia poder aparentar o contrário, está em grande condição física. Não é de grandes arrancadas pelo corredor, só ataca na certa e quando sabe que pode desequilibrar.


Sinal –

Esgaio _ Na sua posição de origem passou ao lado do jogo. Pouco clarividente a atacar, podia ter comprometido a vitória quando desistiu do lance (infantilmente) que deu origem ao 3-2. Com o regresso de Arias decerto vai avançar no terreno.