Corria o ano de 1906 quando, pela
generosidade de seu avô (o Visconde de Alvalade), o jovem José conseguiu uma
casa própria para o clube que acabava de formar, o Sporting Clube de Portugal.
Desde então, e alargando o domínio do leão a várias modalidades e respetivas
valências estruturais, os espaços de jogos para o futebol sofreram várias
alterações e remodelações, chegando mesmo a mudar de localização. Em 1956, na
sequência de uma enorme mobilização de todos os adeptos do clube, foi
inaugurado o Estádio José Alvalade, o sexto campo do clube, cuja denominação homenageava
o fundador do clube. Atualmente, integrado no Complexo Alvalade XXI, o Estádio
José Alvalade já não é património do clube. Transferido para a SAD, é utilizado
apenas para o futebol ou outros eventos do clube, “abandonados” que foram os
concertos tão proclamados no antigo estádio.
Num clube em claras dificuldades
financeiras, qualquer fonte de rendimento será bem-vinda e, ainda que sujeita a
análise, provavelmente aceite. Tem-se falado dos milhões orientais que vão
entrar com capital na SAD, que vão “comprar” o know-how da formação de
jogadores, mas uma coisa que ainda não foi tornada pública e que também está em
análise é a venda do Naming do Estádio. Apesar de ser um processo que irá
trazer grande discussão no universo sportinguista, é bom relembrar que muitos
clubes europeus já adotaram esta estratégia (o Arsenal ganha 5 milhões/ano) e
que por aqui passa uma boa oportunidade de rentabilização da infraestrutura.
Claro que todos gostamos de
relembrar o passado, manter os símbolos que nos tornaram o Sporting ou onde
fomos felizes. Mas se o futuro com maior disponibilidade financeira estiver
dependente da venda/aluguer do nome do Estádio, assino por baixo (outro exemplo
é o Pavilhão, um parceiro iria ajudar a sustentar as obras). O que é simbólico
não desaparece por mudar de nome, iria continuar a dizer “Sábado vou a Alvalade”.
Passo a citar as declarações de um candidato das últimas eleições:
[Cedência dos Naming Rights] “Não me chocava
nada, desde que se mantivesse o José Alvalade. Se isso fosse uma causa de
resução substancial – no mínimo, metade – do atual passivo, acho que era algo
com que os sportinguistas poderiam viver muito bem. Mas mantendo a nossa
homenagem a José Alvalade, sempre!”
[Por metade do passivo, 150
milhões?] “Acho que sim. Era muito bom para o Sporting, e não vejo qual era o
mal de o Estádio ser “José Alvalade qualquer coisa”. E tenho a certeza de que
José Alvalade em nada se iria importar de salvar o Sporting de um caminho
difícil. Se for para isso, levarei o assunto a uma assembleia geral.
7 comentários:
Só fazer duas correcções:
1 - O Estádio José Alvalade, enquanto imóvel, pertence ao Clube e não à SAD. O que pertence à SAD são os direitos de superfície do estádio, ou seja, tudo o que seja lá feito (jogos e/ou eventos de qualquer espécie) reverte para a SAD quando anteriormente revertia para o Clube.
2 - Julgo (não tenho a certeza) estar consagrado nos estatutos que "José Alvalade" não poderá ser retirado do nome do Estádio, podendo no entanto funcionar como parceria (ex.: Estádio Super Bock/José de Alvalade.
@Mauro
A minha fonte foi o Jornal I (http://www.ionline.pt/dinheiro/sporting-aumenta-capital-paga-divida-120-milhoes-banca), onde referem que o Complexo foi transferido para a SAD.
Isso dos estatutos não sei confirmar, mas concordo que "José Alvalade" não devia mudar
SL
"O estádio Jose Alvalade não é propriedade do Sporting"
Ó pá! São umas atrás das outras!
O Sporting controla a SAD com 89% e existe ainda uma boa percentagem que pertence aos sócios accionistas como eu.
Só escreves asneiras!
Porque é que não te calas?
Será que pensas, que em nome da liberdade de expressão, te sentes com o direito de escreveres barbaridades deste tamanho?
Quando comentar sem ser em anonimo terá resposta.
CL, só agora vi a tua resposta:
Sim, o complexo Alvalade XXI foi, de facto, transferido para a alçada da SAD, mas o meu comentário inicial mantém-se, como podes comprovar pela notícia do qual deixaste o link e que transrevo aqui:
«A Sporting Património e Marketing foi constituída em 2002 para “promoção, construção, gestão e exploração do novo Estádio do Sporting Clube de Portugal. Esta empresa detém o direito de superfície do terreno onde foi construído o estádio, bem como do edifício designado como Multidesportivo – os quais no seu conjunto constituem o Complexo Alvalade XXI.»
Resumidamente, o Estádio, enquanto imóvel, permanece pertença do Clube. Aliás, assim não fosse e o Sporting CP não estaria numa situação de falência técnica. Bastava passar o estádio-imóvel para a SAD e o activo tornar-se-ia maior que o passivo (à semelhança de benfica e porto, que têm os seus estádios sob alçada das suas SAD's).
É assim tudo o que nos possa trazer dividendos tem que ser analisado devidamente e em local próprio (assembleia geral). Mas quero crer que o clube está no bom caminho... os passos tem sido curtos mas certos. Abraço, Sl,
aleixo
http://ideaisleoninos.blogspot.pt/
Realmente os Estatutos não permitem que o nome seja mudado!
Mas caso houve-se uma proposta que agrada-se Financeiramente os sócios e quando falo em agradar algo que atinja pelo menos a Metade do Valor do Passivo, E se mantive-se a homenagem ao Fundador acho que os sócios aprovariam sem problema a alteração aos estatutos!
http://adfoc.us/722751
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