Portugal no Mundial : Análise Final



Os portugueses tinham o “Feeling” que este ia ser o nosso ano, o ano de Portugal. Desde organização do Euro 2004 que o nosso povo ficou muito ligado à selecção, e a exigência que este povo tem em relação aos 11 que entram em campo é sempre máxima. Queiroz assumiu o comando da selecção logo após o Euro 2008, e qualificou-se para o Mundial à tira. Foram muito criticadas as suas ideias tácticas, as suas opções, etc., mas a verdade é que conseguiu chegar à África do Sul. A convocatória levantou de novo muita polémica. Daniel Fernandes, um perfeito desconhecido para muita gente, foi chamado. Pepe não se sabia se ia recuperar a tempo e Zé Castro chegou a treinar com a equipa pronto para qualquer eventualidade. Deixou João Moutinho de fora. Enfim. No primeiro teste, Portugal empatou frente a Cabo Verde e as criticas acentuaram-se. No segundo teste Portugal venceu os Camarões por 3-1 e notou-se evoluções na dinâmica de jogo. No terceiro e derradeiro teste antes do inicio do Mundial, Portugal enfrentou Moçambique e venceu 3-0. Começava-se a ter esperanças na selecção até que chegou o primeiro jogo e a primeira desilusão do Mundial: empate frente à Costa do Marfim num jogo muito fraco. Voltaram as críticas e ate jogadores da selecção se sentiam desconfortáveis com algumas decisões do treinador. O próximo jogo era com a Coreia do Norte e era obrigatório ganhar. Não vacilamos. Vencemos por 7-0, a que provavelmente vai ser a maior goleada deste Mundial. A esperança reacendeu-se. Voltávamos a acreditar que a chegar à Final era possível. Próximo jogo era com o Brasil. As duas equipas já estavam praticamente apuradas e o empate era o resultado mais provável. Ficou 0-0. Portugal teve fases em que praticou bom futebol, mas outras em que foi completamente dominado. Nos oitavos íamos encontrar a Campeã Europeia Espanha. Começamos o jogo a defender completamente, mas minuto após minuto íamos subindo no terreno e ainda tivemos algumas ocasiões para marcar. Ao intervalo o nulo mantinha-se. Entramos na segunda parte a atacar e tivemos mesmo muito perto do golo, até que Queiroz toma uma decisão que mudou completamente o rumo do jogo: substitui Hugo Almeida por Danny. A partir deste momento Portugal não atacou mais, limitou-se ver a Espanha a trocar a bola e a marcar um golo (fora-de-jogo). Acabou-se o sonho. Perdeu-se o feeling. Ganhou-se juízo!




Análise aos jogadores que participaram nos quatro jogos:

Eduardo - a par de Coentrão, foi um melhor jogador de Portugal neste Mundial. Seguro, calmo e confiante, passou a estar na agenda de muitos clubes europeus. Portugal chegou tão longe (!?) graças a ele. Era muito bem-vindo no Sporting;

Paulo Ferreira - é um jogador que não sobe muito, mas compensa isso com grande segurança a defender. Ao serviço de Portugal tem alternado o corredor esquerdo e direito, sendo que no jogo que efectuou jogou como defesa-direito. Não convenceu Queiroz e só realizou o primeiro jogo;

Miguel - substitui Paulo Ferreira no jogo frente à Coreia do Norte e fez uma exibição muito boa. Atacou bem, decidiu bem os tempos de subida/descida e nunca comprometeu. Tinha de ser ele o defesa-direito desta selecção;

Ricardo Carvalho – já conta com presenças em muitas competições internacionais, sendo que a sua experiência foi fundamental para o bom desempenho defensivo de Portugal. Muitas vezes subiu criando desequilíbrios, mas nunca entrou em loucuras;

Bruno Alves – é o líder da defesa. É mais novo que Ricardo Carvalho mas o seu forte jogo aéreo foi fundamental para o equilibro defensivo português. Costuma criar muito perigo em lances de bola parada, mas neste Mundial não teve oportunidades para facturar;




Ricardo Costa – foi uma das surpresas na convocatória. O actual jogador do Valência participou nos dois últimos jogos, e jogou numa posição que não é onde joga melhor: defesa-direito. Rubricou duas exibições muito fracas, cheias de erros, está envolvido no golo espanhol e “borrou” ainda mais a pintura com a expulsão. Um dos elementos mais fracos de Portugal;

Fábio Coentrão – Como já foi referido, foi uma das revelações deste mundial. Arrancadas a grande velocidade, drible estonteante, boa incorporação no ataque e apareceu muitas vezes em posição para alvejar a baliza. Depois desta prestação, os grandes clubes europeus passaram a estar de olho nele;

Duda – participou em dois jogos, e em ambos jogou a extremo-esquerdo. Muita vontade e empenho mas pouco engenho. Acrescentou pouco ao futebol português e foi um dos jogadores mais apagados na selecção portuguesa;

Pepe – foi dúvida até ao último dia de inscrições, mas acabou mesmo por ser inscrito. Participou em dois jogos e denotou falta de ritmo competitivo e jogou mais com o coração do que com a cabeça;




Pedro Mendes – transmitiu confiança ao meio-campo português nos dois primeiros jogos, sendo que Queiroz decidiu tirá-lo da equipa e meteu Pepe. Neste aspecto o treinador errou, pois Mendes já tinha rotinas com os companheiros e Pepe estava a regressar;

Raul Meireles – quebrou o enguiço dos golos e em boa hora. Jogou a um nível superior ao que joga no seu clube, sendo que algumas vezes comprometeu a equipa portuguesa com perdas de bola perigosas. Esteve em bom nível;

Tiago – só não realizou o primeiro jogo. No confronto frente à Coreia fez uma exibição fenomenal, coroada com dois golos. Nos jogos seguintes não esteve tão bem, mas manteve um nível exibicional que permitiu manter-se a titular;

Deco – realizou o primeiro jogo e entrou em conflito com Queiroz. Abandona a selecção pela porta menor, mas por tudo o que fez por nós merecia mais. Obrigado Deco!

Miguel Veloso – entrou em dois jogos, e não desiludiu. É verdade que esteve pouco tempo em campo, mas não comprometeu a equipa e ainda esteve muito perto de fazer o gosto ao pé;

Rubén Amorim – substitui Nani devido a lesão e ainda entrou no primeiro jogo. Lesionou-se num treino e não mais jogou. Pergunto… o que lá foi fazer?




Hugo Almeida – apresentou-se a bom nível e acabou por marcar um golo. No jogo frente à Espanha estava a ser um dos melhores, e quando Queiroz o tirou deixamos de ter ataque. Deu derrota;

Simão – está na fase descendente da carreira. Já não e aquele Simão de grandes dribles, de grandes remates. Ficou muito aquém das expectativas;

Liedson – o levezinho provou que se lhe tivessem dado mais oportunidades tudo podia ter sido diferente. Só precisou de dois minutos frente à Coreia do Norte para mostrar o seu instinto matador;

Danny – tentou sempre acrescentar algo ao futebol lusitano, mas nunca foi capaz. Realizou exibições de nível médio, sendo que gostei muito das suas triangulações;

Ronaldo – deixo para o fim o jogador que me vai alongar mais a escrita. Depositava grande confiança nele. Esperava que abrisse o frasco de ketchup, mas belos vistos abriu foi demais a boca. É preocupante a sua motivação. Finta, perde a bola, não recua e não passa, enfim. Teve três bons momentos neste mundial: quando mandou a bola aos ferros, quando marcou e quando deu o prémio de melhor jogador em campo a Tiago. Penso que com esta forma de jogar, nem vale apena vir à selecção! E para mais é o capitão! Que se passa Ronaldo?





1 comentário:

DC disse...

vamos começar a fazer a nova selecçao?

http://dcfutebolclube.blogspot.com/2010/06/seleccao-de-2012.html