Confusão

No passado fim-de-semana demos seguimento a uma má onda, que se vem instalando no nosso clube. Em termos desportivos há que salientar que a equipa praticou bom futebol até ao minuto em que se reduziu para 10 unidades. E foi aí que a verdadeira face do sporting veio ao de cima... uma face frágil, instável. Não soubemos reagir ao contratempo e deixámos que o nervosismo, aliado a uma onda de rebaixamento anímico, tomasse poder. Impotentes a partir daí.

Como adepto torcedor bascorei. Passados dois dias estou  pronto - carecente da tal irracionalidade que nos toma posse - para vos dizer o que penso.

Em primeiro lugar, salientar que o caminho que estamos a seguir (perdoem o uso da 1ª pessoa, mas sempre me habituei a comunicar assim) é erróneo. É péssimo, até. Não falo da maneira como qualquer parte, individualmente, se comporta, mas sim como, num todo, estamos em falta de sintonia. É óbvio que cada pessoa tem os seus ideias, mas todos sabemos que, puxando o barco com a mesma força, mas em direcções opostas, faremos com que ele não se mova de todo.

Até os meus inexperientes olhos conseguem ver que o Sporting é um clube muito frágil. Mesmo muito. Comparo-o às pessoas que, não dotadas de reflexão própria nem de rumo, se deixam moldar pela sociedade.

Vejo que o nosso treinador, o qual admiro por qualidades além do profissionalismo, está numa luta imensa por manter uma determinada imagem. A pressão de estar, neste momento, no Sporting, é abismal. E ninguém, individualmente, vai conseguir mudar isso. Ninguém.

Vejo lenços brancos e, embora respeitando a mentalidade de quem quer que seja, entristeço ao perceber que há uma enorme falta de sintonia. 

Estamos a construir a base, que é o mais difícil e onde se vêm menos resultados.

Somos um clube muito democrata, o que devoramente aprecio. Mas somos um clube de milhentas vozes, e há vozes que se ouvem demais.

Gostaria também de mostrar o meu desagrado pela falta de comunicação pela parte do Conselho Directivo,  e nomeadamente do seu representante (do qual sou, no presente,  um grande apoiante, com a respectiva independência moral) relativamente ao assunto da falência técnica. É, a meu ver, assunto que se deva dar importância máxima (e dizer que os outros clubes também estão na mesma situação não é válido). E já agora gostava de saber porque é que apenas 2 meses após o relatório de contas estar concluído é que foi apresentado na auditoria (e não, não há nenhuma presunção aqui nem 'indirecta'... não sou disso, gostava apenas de ficar esclarecido).

Dos 375 milhões de passivo, cerca de 46 foram da actual direcção, o que corresponde a aproximadamente 12,3 % do total.

Se estamos a construir uma equipa para o futuro, que lutem para isso. Até agora têm merecido a minha confiança. Quem tenta, que tente realmente. Quem tenta e desiste a meio, cobarde fica.

Estamos num campeonato só nosso, dos mais duros que pode haver. Não subestimem isso.

"Let us all unite!" - Charlie Chaplin